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Pesquisadores têm um papel fundamental na conservação de espécies marinhas. No Litoral Norte de São Paulo, Thamíris Christina Karlovic de Abreu e Lucas Citele Cândido lideram o projeto “Mergulhando na Conservação”. Eles monitoram as raiash-chitas, uma espécie ameaçada, especialmente durante o período de acasalamento na Ilha Anchieta, em Ubatuba. Com a ajuda de voluntários e financiamento, buscam levar conhecimento científico à população e entender mais sobre a vida marinha nessa região.
- Pesquisadores monitoram raias-chitas durante o acasalamento na Ilha Anchieta, Ubatuba.
- O projeto “Mergulhando na Conservação” torna a ciência acessível à população.
- As raias-chitas ficam mais visíveis entre dezembro e março, período de reprodução.
- O projeto utiliza câmeras subaquáticas para estudar as raias e seu comportamento.
- Raias são importantes para a biodiversidade e ajudam a manter o equilíbrio no oceano.
Monitoramento das Raias-Chitas no Litoral de São Paulo
A Importância da Ilha Anchieta
No Litoral Norte de São Paulo, especificamente na Ilha Anchieta, as raias-chitas estão em foco durante o período de reprodução. Este local se torna um ponto de observação crucial, especialmente entre os meses de dezembro e março, quando essas raias são mais frequentemente vistas. Durante esse tempo, elas não apenas se acasalam, mas também dão à luz seus filhotes, tornando a ilha um verdadeiro berçário para essas criaturas marinhas.
O Projeto “Mergulhando na Conservação”
O projeto Mergulhando na Conservação foi criado para monitorar essas raias ameaçadas de extinção. A ideia surgiu em 2019, quando Thamíris Christina Karlovic de Abreu, uma pesquisadora apaixonada por oceanografia, e seu colega Lucas Citele Cândido perceberam que a ciência muitas vezes não alcança o público em geral. Thamíris decidiu que era hora de conectar a ciência com a comunidade.
Ela compartilhou que a iniciativa nasceu do desejo de tornar a pesquisa científica mais acessível. “Eu queria que as pessoas soubessem mais sobre o que estava acontecendo debaixo d’água”, afirmou a pesquisadora. Com essa visão, o projeto começou a ganhar vida.
Financiamento e Voluntariado
O projeto recebeu um apoio financeiro significativo da organização filantrópica The Mohamed bin Zayed Species Conservation Fund. Esses recursos permitiram que a equipe investisse em equipamentos necessários para suas atividades. Além disso, o projeto atraiu muitos voluntários, todos com interesse especial na vida marinha. Embora muitos já tivessem alguma experiência, qualquer pessoa interessada podia se juntar à causa.
Thamíris explicou que, além do trabalho de campo, utilizam as mídias sociais para engajar a comunidade. “Promovemos conteúdos de educação ambiental e recebemos muitas informações de visitantes que registram avistamentos de raias-chitas e outras espécies na região”, comentou. Essa interação com o público é fundamental para o sucesso do projeto.
Observando as Raias-Chitas
Durante o período de acasalamento, as raias-chitas se aproximam das áreas costeiras, onde se sentem seguras para ter seus filhotes. Thamíris destacou que, além das raias-chitas, outras espécies como as raias-viola e raia-prego também são frequentemente vistas na região. Essa diversidade é um sinal da riqueza do ecossistema marinho local.
Para monitorar as raias, a equipe utiliza um método especial de amostragem. Eles colocam câmeras subaquáticas em pontos estratégicos, com iscas para atrair as raias. Essas câmeras ficam submersas por uma hora, permitindo que os pesquisadores capturem imagens e dados valiosos sobre o comportamento das raias.
O Papel das Raias na Biodiversidade
As raias-chitas possuem um papel vital na conservação da biodiversidade. Elas são consideradas bentopelágicas, nadando próximas ao fundo do mar. A dieta delas é composta principalmente por organismos que habitam os fundos arenosos, como crustáceos e moluscos. Thamíris enfatizou que as raias são importantes na cadeia alimentar, atuando como uma conexão entre diferentes níveis.
“Se as populações de raias estão em declínio, isso pode causar um desequilíbrio tanto para os organismos que estão abaixo delas na cadeia quanto para aqueles que estão acima”, alertou a pesquisadora. Esse desequilíbrio pode afetar não apenas as raias, mas todo o ecossistema marinho.
A Conexão com a Comunidade
O projeto Mergulhando na Conservação não é apenas sobre a pesquisa. Ele busca educar e inspirar a comunidade local e os visitantes da Ilha Anchieta. Thamíris e Lucas acreditam que, ao envolver as pessoas, podem criar um senso de responsabilidade em relação à preservação das raias e do ambiente marinho.
A equipe frequentemente organiza eventos e atividades educativas, onde as pessoas podem aprender mais sobre as raias e a importância da conservação marinha. Essas iniciativas ajudam a aumentar a conscientização sobre a situação das raias-chitas e outras espécies ameaçadas.
O Futuro das Raias-Chitas
Com o avanço do projeto e a crescente participação da comunidade, a esperança é que as raias-chitas possam ser protegidas e suas populações recuperadas. Thamíris e Lucas estão comprometidos em continuar seu trabalho e aumentar o alcance do projeto. Eles acreditam que, com o apoio da comunidade e da ciência, é possível fazer a diferença.
A pesquisa e a conservação são essenciais para garantir que as futuras gerações possam desfrutar da beleza e da diversidade do oceano. As raias-chitas, com suas características únicas e papel fundamental no ecossistema, merecem ser protegidas. Através do trabalho de Thamíris, Lucas e seus voluntários, essa missão está se tornando uma realidade.
Conclusão
Em suma, o projeto “Mergulhando na Conservação” é um verdadeiro exemplo de como a ciência e a comunidade podem se unir em prol da preservação das raias-chitas e do ecossistema marinho. Com a dedicação de Thamíris e Lucas, além do apoio de voluntários e da comunidade local, a esperança de um futuro mais sustentável para essas espécies ameaçadas se torna cada vez mais palpável. O trabalho que realizam não só monitora as raias, mas também educa e inspira todos ao seu redor. A conservação é uma responsabilidade compartilhada, e cada um pode fazer a sua parte. Portanto, que tal se juntar a essa causa e descobrir mais sobre a vida marinha? Para mais histórias inspiradoras e informações sobre conservação, não deixe de visitar Hora do Vale!